Isso era o que gritava Virgílio Gomes da Silva aos agentes da ditadura que o espancaram e torturaram até a morte no ano de 1969.
Texto de: Boxe Autônomo
Arte de: André Rebello
Nascido no pequeno Sítio Novo, no Rio Grande do Norte, Virgílio migrou para a cidade de São Paulo aos 18 anos de idade para escapar da fome. Lá, virou operário, líder sindical e pugilista amador.
A paixão pelo boxe era tanta que chegou a ter um boteco batizado de Galo de Ouro, em homenagem ao grande Éder Jofre, em São Miguel Paulista - bairro onde residia e de onde costumava correr até a Praça da Sé, no centro da cidade (quem conhece São Paulo sabe o tamanho dessa proeza).
Dono de grande resistência física e mental, Virgílio chegou a conquistar com sua companheira o Concurso de Resistência Carnavalesca, evento de grande prestígio na época, depois de passar 78 horas ininterruptas festejando.
Quando o cerco da ditadura fechou, Virgílio tornou-se militante da Ação Libertadora Nacional. Com o codinome de Jonas, comandou uma série de ações contra a ditadura, entre as quais se destaca o sequestro do embaixador dos EUA - país diretamente envolvido na deflagração do golpe em 1964.
Neste mês, em que os vermes comemoram o aniversário de um período nefasto da história do país, seguimos celebrando a memória dos que lutaram e pagaram com a própria vida contra um projeto de país desigual e autoritário.
Para que nunca se esqueça,
Para que nunca mais aconteça,
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