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UM PAPO COM O JOVEM ESCO

Atualizado: 26 de abr. de 2021

A Suspeito trocou uma ideia com o rapper Jovem Esco, um dos talentos do rap nacional. Original de São José, Santa Catarina, o MC se fez presente na cena recentemente com sua mixtape Califa Cinza em 2018, mas, como nossa conversa demonstra, sua caminhada é bem mais antiga. Falamos sobre vivência, referências, dificuldades e também sobre o novo EP que vem por aí. Free Esco EP, tem data de lançamento para o dia 7 de setembro. Confira abaixo a capa e a contra capa com tracklist, seguidas da entrevista feita por Vinícius Silveira.



SUSPEITO: Salve! Em primeiro lugar, se apresenta aí, fala um pouco de você, quem você é, de onde veio, o que almeja...


Esco: Primeiramente salve geral. Licença pra chegar, mano Esco na voz. Diretamente da baixada de Jardim Pinheiros da cidade de São José, aka Califa cinza, em Santa Catarina. Terra de Beli Remour, de Makalister, da firma TipoBoldo, da Laddal Clothing, terra de Jovem Esco.

Tô aqui motivado pela música, pelo rap, pelo movimento, pra inspirar, pra fazer o meu som bem feito, do meu gosto, sem frescura. Busco não só ser um rapper/mc mas sim um artista, produtor e diretor, podendo apoiar outras pessoas também, manos e minas do underground. Produzo beats, componho letras, canto melodias, crio meus projetos. Quero apoiar as pessoas que vão ajudar a transformar a cena.


SUSPEITO: Quais foram as experiências que te fizeram querer se jogar na música?


Esco: Desde molequinho mesmo, eu sempre fui pra esse lado da música. Meus brinquedos sempre foram instrumentos de percussão, musicais, ainda que fossem de brinquedo dava pra fazer uns batuques e gastar horas brincando de ritmos. Comecei como todo mundo, sendo fã; até o dia que amadureci a ideia de experimentar produzir a própria mixtape (Califa Cinza 2018), com muita pouca experiência. Fui pegando gosto e confiança, encontrando minhas formas de produzir. Hoje tenho algumas participações em álbum do Diomedes (Comunista rico), com Luccas Carlos, Makalister, álbum de Beli Remour e Mala (Ondas), alguns sons solo e feats com a firma da Tipo Boldo aqui da região, mais um EP solo chamado Degustando Flores e, em 7 de setembro de 2020, meu novo álbum Free Esco. Vivo isso desde 2005, mas sempre foi só paixão. Hoje vivo outras coisas dentro da música que cada vez veio se tornando parte de mim, mais forte.


SUSPEITO: Você está para lançar um álbum em setembro. Conta um pouco sobre esse projeto. Vi que tem feats como Yung Buda, NiLL, Victor Xamã e Makalister. Como foi o processo de escolha dessas participações? Quais suas principais referências? De onde veio a temática?


Esco: A escolha foi de pessoas já engajadas na música, que já tem um modo próprio e diferente de soar, de fazer arte e também que admiro. Porém, apenas pessoas que pude trocar uma ideia, ver olho a olho, apertar as mãos e já conhecia eu convoquei, gente que eu boto fé. A principal referência do álbum é eu mesmo, minhas vivências e elementos musicais que gosto de combinar, que não se limitam ao gênero rap; tanto como música quanto estética visual da arte; Justamente porque quero incentivar as pessoas a serem mais elas mesmas na busca da essência e inspiração de som. A temática da cor é o mesmo tom de vermelho do time Arsenal. Acho que o vermelho me passa um equilíbrio entre amor e guerra, que era o mix de sentimentos que eu vivenciava no momento. O vermelho me passa isso, e o do Arsenal me passou mais sobriedade, garra e maturidade. O óculos que uso na capa é uma referência a (Malcolm) X e Luther King. Que o fato de ser negro já te faz estar naturalmente em luta constante. Algumas faixas como Deserto com Zudzilla, eu sutilmente vou pincelando essas ideias, e por aí vai... O nome faz diretamente um manifesto ao meus problemas antigos com a lei que até hoje vem me perturbando; fala da minha transição, mudança e empoderamento como artista livre e independente com o meu tipo de música; sem padrões limitantes e como ser humano também. Sem a pretensão de falar de liberdade literalmente: talvez no fundo, na verdade mesmo, esse álbum seja um mecanismo de defesa, de um ser humano falho como qualquer outro, na necessidade de expressar ou até mesmo de negar infortúnios trágicos da vida. Um ato desesperado de manter a mente no foco, no equilíbrio, é quase que uma automedicação, esse álbum.


SUSPEITO: Pra você, qual a maior dificuldade pra um artista independente se tornar relevante em termos de alcance?


Esco: Assumir a mudança, saber o que quer, que direção seguir. Hoje você pode fazer arte com ou sem a internet, mas vai depender muito do que queres pra si. Tem que saber mais que apenas fazer a música em si, mas estar atento ao mundo que fazemos parte e como as coisas funcionam hoje; como trabalhar sua divulgação, buscar conhecimento e etc... O importante é começar e usar o que tem, e às vezes a maior dificuldade do artista é admitir que está errado e precisa adquirir alguns conhecimentos pra alavancar, pois só a musica hoje já não basta.


Instagram do Jovem Esco e dos envolvidos no álbum:

Zudizilla: @Zudizilla

Lucas Fig : @lucvsfig

William Luis: @williamluis.bld

Versa: @salveversa

Yung Buda: @yungbuda7k

NiLL: @nil_oadotado

Makalister: @oszimaka

Beli: @beliremour

Victor Moraes: @victormoraes137

Victor Xamã: @victorxama

Estúdio: @goldened_music

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